O POTENCIAL DE NOVOS BIOMARCADORES DA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NO RASTREIO DO CÂNCER E VIGILÂNCIA ATIVA

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Os benefícios do rastreio precoce do câncer de próstata podem gerar a redução da mortalidade pela doença. Contudo, também está relacionado, em alguns casos, com o “overtreatment”, gerando prejuízo na qualidade de vida. A vigilância ativa é uma solução capaz de realizar essa forma de prevenção quaternária, identificando homens com baixa probabilidade de avanço da doença sem tratamento, e intervir apenas nos pacientes com doenças progressivas. Nesse sentido, frequentemente são feitas comparações em estudos para estratificação de risco, buscando fatores relevantes para progressão, como etnia, idade, valores de de PSA, histórico familiar, IMC. Nesse contexto, mais formas precisam ser estudadas para tornar mais claro e eficaz o atendimento ao paciente com Câncer de Próstata, e o método de vigilância ativa nos pacientes, sendo possível visualizar piores prognósticos. Assim, estudos estão sendo feitos acerca de biomarcadores que podem estar associados a maior taxa de progressão do câncer de próstata, como o Prostate Health Index (PHI) e o p2PSA. O objetivo do trabalho é aprofundar nos biomarcadores do Câncer de próstata, com a possibilidade de utilizá-los para avaliação da vigilância ativa da doença e o seu papel no diagnóstico. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados PubMed e Scielo, em Inglês, Português ou Espanhol, com os descritores "Prostatic cancer", "Biomarkers", "PHI" e "PCA3". RESULTADOS: Alguns estudos demonstraram que biomarcadores como o PHI e o p2PSA podem ser úteis na diferenciação do câncer, da inflamação crônica e da hiperplasia benigna da próstata, podendo reduzir biópsias prostáticas desnecessárias, além de permitir acompanhamento de uma vigilância ativa de forma satisfatória. Eles podem ter um importante papel na diferenciação das neoplasias agressivas das não agressivas. Além disso, estão mais elevados quando o escore de Gleason é maior que 8, e seus valores podem indicar metástase. O PHI pode ser útil em identificar o câncer clinicamente significativo nos homens com PSA entre 2-10 ng/mL. Além disso, pode ser possível predizer o risco de reclassificação do câncer de próstata durante o processo de vigilância ativa, quando seus valores estão mais elevados. Contudo, ainda é cedo para poder afirmar a utilidade, pois ainda existem estudos divergentes, e são necessárias mais pesquisas acerca do tema. CONCLUSÃO: É possível que uma combinação de biomarcadores possam ser usados para um diagnóstico precoce do câncer de próstata, com redução de biópsias desnecessárias, e na vigilância ativa no futuro. Contudo, mais estudos são necessários para avaliar o valor preditivo, custo, e logística para implantação. A maioria dos estudos atuais apenas possuem prazo de seguimento curto-intermediário dos pacientes, e um acompanhamento maior é necessário para avaliar se há desfechos positivos nos pacientes, se comparado aos métodos atuais.