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TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS EM JOVENS COM DIAGNÓSTICO DE ASPERGER
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A Síndrome de Asperger é um transtorno que se enquadra dentro do espectro autista. Pessoas que possuem esse diagnóstico normalmente têm dificuldades de relacionamento interpessoal, leitura social, entendimento de gestos e linguagem corporal, além de dificuldade de emitir respostas emocionais adequadas em determinadas situações. Tendo em vista tais dificuldades, foi realizado um Treinamento de Habilidades Sociais, que consiste em um conjunto de intervenções voltadas para a promoção de habilidades sociais, em 4 jovens adultos que possuem o diagnóstico dessa síndrome, com idade entre 19 e 27 anos, todos do sexo masculino. Dentre os participantes, três deles estavam cursando o Ensino Superior e um já havia concluído. O treinamento aconteceu através de 20 sessões sendo dividido em três etapas: avaliação pré-intervenção, intervenção e avaliação pós-intervenção. As avaliações foram baseadas em escalas e testes psicológicos que buscavam mensurar habilidades sociais e sintomas de depressão e de estresse. Durante a intervenção foram abordados temas como: assertividade, iniciar e manter conversação, leitura social de gestos e usos coloquiais da linguagem, resolução de problemas, como lidar com diferenças de opiniões, como solicitar ajuda e negar pedidos abusivos, discussão sobre estereótipos e diferentes tipos de relacionamentos interpessoais, entre outros. As sessões aconteceram por meio de vivências, dinâmicas, apresentação e discussão de vídeos, filmes e textos. Observou-se uma variabilidade nos desempenhos dos participantes, sendo que após a intervenção eles apresentaram melhoras em diversos aspectos avaliados. Na avaliação das habilidades sociais, em relação ao escore geral, foi observado um aumento no percentil de todos os participantes, com exceção de um deles. Em relação à avaliação de depressão houve manutenção de sintomas de depressão para dois participantes, diminuição dos sintomas para um e aumento para outro. Já em relação à avaliação de sintomas relacionados ao estresse houve uma manutenção dos níveis para todos os participantes, porém, nesse caso, é preciso considerar que há outros aspectos interacionais e situacionais da vida dos participantes que também podem contribuir para esses níveis de estresse. Além dos resultados obtidos com os inventários, foi possível observar mudanças no desempenho dos indivíduos no decorrer das sessões, como, por exemplo, em relação à comunicação, em que todos os participantes passaram a conversar, emitir opiniões e discordar com maior frequência com a terapeuta e entre eles, bem como passaram a compartilhar mais aspectos de sua vida pessoal com o grupo. Nesse sentido, conclui-se que o Treinamento de Habilidades Sociais proposto foi efetivo para a mudança de comportamentos, deixando claro que orientações mais pontuais e sistemáticas podem ser benéficas mesmo para quadros crônicos de dificuldades de habilidades sociais. Há, porém, a necessidade da continuidade do treinamento e acompanhamento desses participantes tendo em vista a complexidade da Síndrome de Asperger e as dificuldades de mudanças de comportamentos apresentadas por pessoas que possuem tal diagnóstico
Centro de Ensino Unificado de Brasilia
Title: TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS EM JOVENS COM DIAGNÓSTICO DE ASPERGER
Description:
A Síndrome de Asperger é um transtorno que se enquadra dentro do espectro autista.
Pessoas que possuem esse diagnóstico normalmente têm dificuldades de relacionamento interpessoal, leitura social, entendimento de gestos e linguagem corporal, além de dificuldade de emitir respostas emocionais adequadas em determinadas situações.
Tendo em vista tais dificuldades, foi realizado um Treinamento de Habilidades Sociais, que consiste em um conjunto de intervenções voltadas para a promoção de habilidades sociais, em 4 jovens adultos que possuem o diagnóstico dessa síndrome, com idade entre 19 e 27 anos, todos do sexo masculino.
Dentre os participantes, três deles estavam cursando o Ensino Superior e um já havia concluído.
O treinamento aconteceu através de 20 sessões sendo dividido em três etapas: avaliação pré-intervenção, intervenção e avaliação pós-intervenção.
As avaliações foram baseadas em escalas e testes psicológicos que buscavam mensurar habilidades sociais e sintomas de depressão e de estresse.
Durante a intervenção foram abordados temas como: assertividade, iniciar e manter conversação, leitura social de gestos e usos coloquiais da linguagem, resolução de problemas, como lidar com diferenças de opiniões, como solicitar ajuda e negar pedidos abusivos, discussão sobre estereótipos e diferentes tipos de relacionamentos interpessoais, entre outros.
As sessões aconteceram por meio de vivências, dinâmicas, apresentação e discussão de vídeos, filmes e textos.
Observou-se uma variabilidade nos desempenhos dos participantes, sendo que após a intervenção eles apresentaram melhoras em diversos aspectos avaliados.
Na avaliação das habilidades sociais, em relação ao escore geral, foi observado um aumento no percentil de todos os participantes, com exceção de um deles.
Em relação à avaliação de depressão houve manutenção de sintomas de depressão para dois participantes, diminuição dos sintomas para um e aumento para outro.
Já em relação à avaliação de sintomas relacionados ao estresse houve uma manutenção dos níveis para todos os participantes, porém, nesse caso, é preciso considerar que há outros aspectos interacionais e situacionais da vida dos participantes que também podem contribuir para esses níveis de estresse.
Além dos resultados obtidos com os inventários, foi possível observar mudanças no desempenho dos indivíduos no decorrer das sessões, como, por exemplo, em relação à comunicação, em que todos os participantes passaram a conversar, emitir opiniões e discordar com maior frequência com a terapeuta e entre eles, bem como passaram a compartilhar mais aspectos de sua vida pessoal com o grupo.
Nesse sentido, conclui-se que o Treinamento de Habilidades Sociais proposto foi efetivo para a mudança de comportamentos, deixando claro que orientações mais pontuais e sistemáticas podem ser benéficas mesmo para quadros crônicos de dificuldades de habilidades sociais.
Há, porém, a necessidade da continuidade do treinamento e acompanhamento desses participantes tendo em vista a complexidade da Síndrome de Asperger e as dificuldades de mudanças de comportamentos apresentadas por pessoas que possuem tal diagnóstico.
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