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Pode haver uma estética feminista?

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“Pode haver uma estética feminista?” analisa a dificuldade em encontrar uma posição ontológica a partir da qual se escreva sobre as fotografias criadas por mulheres. Interroga-se acerca do desconforto de habitar, socialmente e na arte e na literatura, a posição do feminino corporizado e procura minar este desconforto através da análise estética. O ensaio argumenta que, apesar do desconforto social e intelectual de articular um espaço do feminino, na medida em que este espaço já é sempre codificado como um espaço de opressão, existe valor na interpretação da fotografia criada por mulheres através da lente da resistência feminista. O artigo reconhece que definir a palavra mulher é sempre arriscado, na medida em que este termo reflete variadas e contraditórias experiências corporizadas. E, no entanto, dentro deste risco reconhecido, emerge o único espaço de resistência possível à opressão, a oportunidade de criar um reordenamento do visível, para que a categoria da mulher oprimida, por muito irreal que seja, passe a ser refocalizada como soberana. Contudo, cada ato de refocagem da mulher deve ser culturalmente específico. Por isso, o ensaio termina com uma interpretação da série de imagens da fotógrafa etíope Aida Muluneh, intitulada Dinkinesh (ou “és bela”), recordando os restos de uma hominídea etíope que são há muito considerados como o mais antigo antepassado humano. Muluneh reivindica como etíope esta antepassada distante, vestindo-a com um extravagante vestido vermelho, usando a fotografia para refocalizar a entrada de Dinkinesh na história, concedendo a esta antepassada o poder de assombrar a modernidade.
Title: Pode haver uma estética feminista?
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“Pode haver uma estética feminista?” analisa a dificuldade em encontrar uma posição ontológica a partir da qual se escreva sobre as fotografias criadas por mulheres.
Interroga-se acerca do desconforto de habitar, socialmente e na arte e na literatura, a posição do feminino corporizado e procura minar este desconforto através da análise estética.
O ensaio argumenta que, apesar do desconforto social e intelectual de articular um espaço do feminino, na medida em que este espaço já é sempre codificado como um espaço de opressão, existe valor na interpretação da fotografia criada por mulheres através da lente da resistência feminista.
O artigo reconhece que definir a palavra mulher é sempre arriscado, na medida em que este termo reflete variadas e contraditórias experiências corporizadas.
E, no entanto, dentro deste risco reconhecido, emerge o único espaço de resistência possível à opressão, a oportunidade de criar um reordenamento do visível, para que a categoria da mulher oprimida, por muito irreal que seja, passe a ser refocalizada como soberana.
Contudo, cada ato de refocagem da mulher deve ser culturalmente específico.
Por isso, o ensaio termina com uma interpretação da série de imagens da fotógrafa etíope Aida Muluneh, intitulada Dinkinesh (ou “és bela”), recordando os restos de uma hominídea etíope que são há muito considerados como o mais antigo antepassado humano.
Muluneh reivindica como etíope esta antepassada distante, vestindo-a com um extravagante vestido vermelho, usando a fotografia para refocalizar a entrada de Dinkinesh na história, concedendo a esta antepassada o poder de assombrar a modernidade.

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