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Avaliação do rastreamento do câncer do colo do útero em Minas Gerais a partir de dados do SISCOLO

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O objetivo desta tese foi avaliar as ações de rastreamento do câncer do colo do útero (CCU) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Minas Gerais e sua conformidade com as recomendações do Ministério da Saúde. Para isso, foram realizados três estudos: no primeiro, as ações de rastreamento foram avaliadas por meio de um estudo descritivo com base em dados agregados do SISCOLO, referentes ao período de 2006 a 2011, disponíveis no DATASUS. Foram analisados indicadores relacionados às características da oferta de exames citopatológicos, à qualidade do exame, à ocorrência de alterações celulares e ao seguimento informado dos casos de lesão de alto grau em Minas Gerais. Verificou-se que a razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 59 anos manteve-se estável em Minas Gerais de 2006 a 2011. Aproximadamente 75% dos exames foram realizados em mulheres de 25 a 59 anos e houve progressiva redução na proporção de citopatológicos do colo do útero sem citologia anterior. Em média, 51,2% dos exames foram realizados no período de até um ano. Quanto à qualidade do exame, destacase o índice de positividade, categorizado como baixo durante todo o período analisado. O segundo estudo consisitiu em um estudo descritivo, de coorte nãoconcorrente, baseado em dados identificados do SISCOLO com objetivo de estimar a cobertura do rastreamento do câncer do colo do útero em 2008 e a proporção de sobrerrastreamento por periodicidade e faixa etária no estado. A cobertura foi calculada utilizando exames de mulheres de 25 a 59 anos e 25 a 64 anos após exclusão de duplicidades e separação dos exames de seguimento, ficando apenas um registro de exame por mulher nesse ano. O sobrerrastreamento por faixa etária correspondeu ao percentual de mulheres com <25 e ≥65 anos. O sobrerrastreamento por periodicidade foi avaliado a partir do seguimento de mulheres de 25 a 64 anos submetidas ao rastreamento em 2008 através do relacionamento probabilístico entre as bases de 2008 a 2012 (seguimento 2008-2012). O tempo até o próximo exame citopatológico foi definido como o intervalo entre a data de coleta do primeiro exame normal com amostra satisfatória realizado em 2008 e a data de coleta da primeira repetição deste exame. Para mulheres que iniciaram o rastreamento em 2008, o sobrerrastreamento por periodicidade foi definido como a repetição em um período inferior a 9 meses e, para aquelas que iniciaram o rastreamento previamente, a repetição em um período inferior a 30 meses. Verificou-se que, em 2008, 1.211.014 mulheres foram submetidas ao rastreamento do CCU pelo SUS em Minas Gerais, sendo que 75,8% estavam na faixa etária de 25 a 59 anos e 79,8%, na faixa etária de 25 a 64 anos. A cobertura foi de 77,6% na faixa etária de 25 a 59 anos e de 76,2%, de 25 a 64 anos. Identificou-se o seguimento de 1.162.405 mulheres sendo o sobrerrastreamento por periodicidade de 3,9% para aquelas que iniciaram o rastreamento em 2008 e de 62,6% para as que tinham exame prévio. O sobrerrastreamento por faixa etária correspondeu a 20,2% do total de mulheres submetidas ao rastreamento em 2008, sendo que, em mulheres que estavam iniciando o rastreamento em 2008 foi de 49,6% e, naquelas com exame prévio, foi de 14,9%. No terceiro estudo, os indicadores obtidos no segundo foram utilizados para a realização de um estudo ecológico, cujas unidades de análise foram as 77 microrrregiões de saúde de Minas Gerais. Tal estudo teve como objetivo avaliar a desigualdade regional da cobertura do rastreamento do câncer do colo do útero, em 2008, em Minas Gerais e sua associação com indicadores socioeconômicos e assistenciais, e descrever a distribuição espacial do sobrerrastreamento nas microrregiões do estado. Os resultados indicaram que as microrregiões que apresentaram as menores coberturas estavam concentradas, em sua maioria, nas macrorregiões Nordeste, Jequitinhonha, Leste e Leste do Sul, que se caracterizam por piores indicadores socioeconômicos. O IDH apresentou associação positiva com a cobertura. Os sobrerrastreamento por periodicidade e por faixa etária apresentaram padrão diferenciado de distribuição espacial entre si e entre mulheres que estão iniciando o rastreamento e aquelas que têm exame prévio. Pode-se concluir, então, que apesar de a cobertura no estado estar próxima da meta de 80%, havia desigualdade regional no acesso ao exame, com áreas de melhor nível socioeconômico apresentando maiores coberturas. Indicadores de qualidade do exame estavam abaixo da meta e o sobrerrastreamento era elevado no estado. Quanto à periodicidade, o sobrerrastreamento foi mais importante em mulheres que deveriam fazer o exame a cada três anos e quanto à faixa etária, em mulheres que estavam iniciando o rastreamento. Os resultados corroboram o caráter oportunístico do rastreamento do câncer do colo do útero e evidenciam a necessidade de aprimoramento do programa no estado de Minas Gerais. Ressalta-se que o presente trabalho possibilitou o desenvolvimento de uma metodologia que tornou possível a estimativa da cobertura e a realização do seguimento de mulheres submetidas ao rastreamento utilizando dados do SISCOLO. Tal metodologia pode
Universidade Federal de Juiz de Fora
Title: Avaliação do rastreamento do câncer do colo do útero em Minas Gerais a partir de dados do SISCOLO
Description:
O objetivo desta tese foi avaliar as ações de rastreamento do câncer do colo do útero (CCU) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Minas Gerais e sua conformidade com as recomendações do Ministério da Saúde.
Para isso, foram realizados três estudos: no primeiro, as ações de rastreamento foram avaliadas por meio de um estudo descritivo com base em dados agregados do SISCOLO, referentes ao período de 2006 a 2011, disponíveis no DATASUS.
Foram analisados indicadores relacionados às características da oferta de exames citopatológicos, à qualidade do exame, à ocorrência de alterações celulares e ao seguimento informado dos casos de lesão de alto grau em Minas Gerais.
Verificou-se que a razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 59 anos manteve-se estável em Minas Gerais de 2006 a 2011.
Aproximadamente 75% dos exames foram realizados em mulheres de 25 a 59 anos e houve progressiva redução na proporção de citopatológicos do colo do útero sem citologia anterior.
Em média, 51,2% dos exames foram realizados no período de até um ano.
Quanto à qualidade do exame, destacase o índice de positividade, categorizado como baixo durante todo o período analisado.
O segundo estudo consisitiu em um estudo descritivo, de coorte nãoconcorrente, baseado em dados identificados do SISCOLO com objetivo de estimar a cobertura do rastreamento do câncer do colo do útero em 2008 e a proporção de sobrerrastreamento por periodicidade e faixa etária no estado.
A cobertura foi calculada utilizando exames de mulheres de 25 a 59 anos e 25 a 64 anos após exclusão de duplicidades e separação dos exames de seguimento, ficando apenas um registro de exame por mulher nesse ano.
O sobrerrastreamento por faixa etária correspondeu ao percentual de mulheres com <25 e ≥65 anos.
O sobrerrastreamento por periodicidade foi avaliado a partir do seguimento de mulheres de 25 a 64 anos submetidas ao rastreamento em 2008 através do relacionamento probabilístico entre as bases de 2008 a 2012 (seguimento 2008-2012).
O tempo até o próximo exame citopatológico foi definido como o intervalo entre a data de coleta do primeiro exame normal com amostra satisfatória realizado em 2008 e a data de coleta da primeira repetição deste exame.
Para mulheres que iniciaram o rastreamento em 2008, o sobrerrastreamento por periodicidade foi definido como a repetição em um período inferior a 9 meses e, para aquelas que iniciaram o rastreamento previamente, a repetição em um período inferior a 30 meses.
Verificou-se que, em 2008, 1.
211.
014 mulheres foram submetidas ao rastreamento do CCU pelo SUS em Minas Gerais, sendo que 75,8% estavam na faixa etária de 25 a 59 anos e 79,8%, na faixa etária de 25 a 64 anos.
A cobertura foi de 77,6% na faixa etária de 25 a 59 anos e de 76,2%, de 25 a 64 anos.
Identificou-se o seguimento de 1.
162.
405 mulheres sendo o sobrerrastreamento por periodicidade de 3,9% para aquelas que iniciaram o rastreamento em 2008 e de 62,6% para as que tinham exame prévio.
O sobrerrastreamento por faixa etária correspondeu a 20,2% do total de mulheres submetidas ao rastreamento em 2008, sendo que, em mulheres que estavam iniciando o rastreamento em 2008 foi de 49,6% e, naquelas com exame prévio, foi de 14,9%.
No terceiro estudo, os indicadores obtidos no segundo foram utilizados para a realização de um estudo ecológico, cujas unidades de análise foram as 77 microrrregiões de saúde de Minas Gerais.
Tal estudo teve como objetivo avaliar a desigualdade regional da cobertura do rastreamento do câncer do colo do útero, em 2008, em Minas Gerais e sua associação com indicadores socioeconômicos e assistenciais, e descrever a distribuição espacial do sobrerrastreamento nas microrregiões do estado.
Os resultados indicaram que as microrregiões que apresentaram as menores coberturas estavam concentradas, em sua maioria, nas macrorregiões Nordeste, Jequitinhonha, Leste e Leste do Sul, que se caracterizam por piores indicadores socioeconômicos.
O IDH apresentou associação positiva com a cobertura.
Os sobrerrastreamento por periodicidade e por faixa etária apresentaram padrão diferenciado de distribuição espacial entre si e entre mulheres que estão iniciando o rastreamento e aquelas que têm exame prévio.
Pode-se concluir, então, que apesar de a cobertura no estado estar próxima da meta de 80%, havia desigualdade regional no acesso ao exame, com áreas de melhor nível socioeconômico apresentando maiores coberturas.
Indicadores de qualidade do exame estavam abaixo da meta e o sobrerrastreamento era elevado no estado.
Quanto à periodicidade, o sobrerrastreamento foi mais importante em mulheres que deveriam fazer o exame a cada três anos e quanto à faixa etária, em mulheres que estavam iniciando o rastreamento.
Os resultados corroboram o caráter oportunístico do rastreamento do câncer do colo do útero e evidenciam a necessidade de aprimoramento do programa no estado de Minas Gerais.
Ressalta-se que o presente trabalho possibilitou o desenvolvimento de uma metodologia que tornou possível a estimativa da cobertura e a realização do seguimento de mulheres submetidas ao rastreamento utilizando dados do SISCOLO.
Tal metodologia pode.

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