Search engine for discovering works of Art, research articles, and books related to Art and Culture
ShareThis
Javascript must be enabled to continue!

Arquitetura do lugar

View through CrossRef
Este livro, voltado aos que projetam, dirigem e gerenciam a cidade, aos estudantes e profissionais arquitetos e urbanistas, visa contribuir para a reflexão sobre a problemática do clima e meio ambiente e, especificamente, para o estudo das formas que os espaços abertos construídos apresentam. Com uma ampla base teórica e por meio de exemplos e considerações analíticas sobre o espaço que abriga Brasília e o plano piloto, busca-se contribuir para o início de um programa de reabilitação sustentável do espaço urbano, em especial dos espaços abertos, aqui definidos como aqueles espaços, que, sendo públicos, exteriores e urbanos, condicionam os espaços construídos, que às vezes lhes conferem suas formas, seus relevos e suas características. A reabilitação requer propostas e recomendações baseadas e respaldadas pelo conhecimento dos elementos e princípios gerais que propiciam ou restringem a sustentabilidade do ambiente construído; toda proposta, porém, deve ser situada e local, na medida em que está atenta aos traços próprios de cada lugar, procurando elementos de coerência com a paisagem circundante. Assim como uma proposta requer regras e critérios básicos do urbanismo, ela exige, também, um conhecimento da diversidade dos lugares e uma redescoberta e valorização dos melhores componentes neles encontrados, sejam eles paisagísticos ou edificatórios. O conceito de reabilitação está ligado tanto à ideia de recuperação de vitalidade anterior quanto à ideia de acréscimo de atividades relacionadas à geração de ganhos econômicos, à recuperação de áreas degradadas, ao resgate de elementos prejudicados e à melhoria da qualidade dos espaços. É por isso que propostas urbanísticas na área de sustentabilidade ambiental exigem, por um lado, novo ou renovado interesse pelo espaço coletivo de convívio, usufruto de espaços abertos e, por outro, o desenvolvimento e a utilização de metodologias de avaliação do espaço e o conhecimento cabal de tecnologias passivas ou eco compatíveis. O principal objetivo deste estudo é apresentar os elementos a serem levados em consideração para fazer urna adequada intervenção arquitetônica e urbanística, com base na análise de desempenho ambiental do espaço aberto, tendo em vista uma perspectiva sistêmica e inter-relacionai dos elementos que contribuem para essa análise. A premissa fundamental do trabalho realizado, a ser apresentado nos capítulos que compõem esta obra, é que o sítio, a paisagem e as formas naturais do terreno constituem as bases de projeto. A conservação dos rasgos naturais da paisagem permite a existência de senso do lugar e preserva a sensibilidade para o contexto; é assim que a escala percebida se torna mais contínua e complexa. Um alto grau de sensibilidade ecológica permite a criação de zona de transição entre o ambiente natural e o artificial, a fim de manter o máximo da diversidade, aproveitando, para tanto, as condições específicas de cada lugar. Nessa linha de raciocínio, a paisagem não significa um elemento submisso a ser dominado e controlado ou, alternativamente, desumanamente poderoso; seu significado é o de uma manifestação cósmica capaz de oferecer abrigo à vida cotidiana, sinalizando, ao mesmo tempo, a sua transcendência. O livro está dividido em três partes: identidade urbana, sustentabilidade e seus efeitos urbanos, a avaliação escalar do espaço público aberto. A primeira parte consta de dois capítulos. No primeiro, "o conceito de lugar e a cidade antiga”, introduzimos questões subjetivas, não mensuráveis da paisagem e do lugar nos espaços abertos, que são responsáveis, em grande medida, pela identidade do lugar. Salientamos o que é adequado e próprio desses espaços por meio de exemplos tomados da antiguidade, que teve cidades exemplares quanto a sua constituição identitária, rica e perdurável. No segundo capítulo da parte I, "Lugar e forma: o Genius Loci de Brasília”, tecemos considerações acerca da constituição formal do lugar escolhido para o sítio da capital do país, sua visualização e complementaridade com os elementos do entorno. Também de uma perspectiva histórica, a saber, da constituição de Brasília, destacamos, no segundo capítulo, a importância da acomodação do projeto às formas do sítio, com base em uma leitura acertada deste, para aproveitar com segurança as estratégias de composição urbana e o clima. Na segunda parte, são discutidos, nos quatro capítulos que a compõem, aspectos que devem fazer parte de estratégias de composição e reabilitação sustentáveis da cidade. O estudo de Brasília nos proporciona os dados considerados exemplares para ilustração e aplicação dos métodos analíticos e avaliativos utilizados para o desenvolvimento das estratégias. Assim, no capítulo 3, "Integridade dos espaços públicos abertos. Os aspectos normativos”, apresentamos os aspectos normativos e de acessibilidade restrita que deram origem a mudanças do espaço projetado do plano piloto de Brasília, mostrando como as mudanças comprometem a sustentabilidade social e a integridade do ambiente construído, no capítulo 4, "clima e ambiente”, analisamos o clima do sítio e sua importância para a criação do ambiente na capital; Essa análise nos permite elaborar recomendações acerca da orientação solar das edificações do plano piloto de Brasília, e verificar seus efeitos no conforto térmico dos habitantes. Salientamos, em especial, a relação entre o clima e o conforto nos amplos espaços abertos, que devem ser capazes de oferecer conforto nas épocas seca e chuvosa de Brasília. No capítulo 5, "Microclimas urbanos e as variáveis relacionadas ao uso do solo”, o exemplo de Brasília nos permite verificar as relações de dependência entre os microclimas urbanos e as variáveis relativas à apropriação do solo. A análise do microclima precisa de dados relativos às diferentes cargas térmicas advindas da radiação solar, assim como do papel do espaço verde, cuja presença ou ausência mostra-se vital para outorgar conforto térmico aos brasilienses. O capítulo 6, "Conformação urbana e conforto”, que encerra a parte II deste estudo, destaca os efeitos da configuração espacial da cidade no conforto. Neste capítulo, no qual estudamos fenômenos próprios da urbe, verificamos o fenômeno da ilha de calor e a relevância do balanço energético para o conforto ambiental, em especial na morfologia criada pelos cânions urbanos, nos quais a temperatura e a circulação do ar nas superfícies adquirem características especiais. Ainda na temática dos cânions urbanos, descrevemos a relação existente entre a geometria urbana, a altura dos edifícios e a largura da via ou espaço, que conformam a caixa ou cavidade urbana (W/H), conformando o chamando Fator de Visão de céu, nas condições climáticas especiais criadas no interior das áreas urbanas construídas. O capítulo é importante para o entendimento do aumento da capacidade do recinto urbano para reter calor e a persistência do efeito de sobreaquecimento, e para elaborar as escalas e parâmetros a serem observados nos gabaritos das edificações. A parte III, que consta de dois capítulos, é uma tentativa de oferecer uma metodologia de análise do urbano que leve em conta a complexidade do ambiente construído, descrita nos capítulos anteriores. Com esse objetivo em mente, apresentamos, nesta parte, uma abordagem para avaliação dos espaços públicos, exteriores e urbanos em seus aspectos sensoriais, por um lado, e seus elementos objetivos, mensuráveis, por outro. No capítulo 7, "Condições de uso e vivência nos espaços públicos abertos”, apresentamos escalas de percepção do ambiente construído, testadas no estudo de caso de Brasília. No capítulo 8, "Uma proposta interativa para qualificar o espaço”, apresentamos uma abordagem analítica do espaço que abrange desde a macroescala das grandes estruturas, passa pela escala intermediária do setor, e chega até as escalas específicas do lugar e do edifício. Uma ampla base teórica fundamenta as escalas propostas. A modo de conclusão, discutimos perspectivas acerca do desenvolvimento futuro para alcançar a sustentabilidade, reafirmando algumas das conclusões alcançadas no estudo de Brasília, entre as quais a certeza de que é com base nos exames do desempenho de estruturas urbanas e suas energias naturais, assim como da relação entre os atributos do espaço urbano nas suas diferentes escalas, que se deve pensar o projeto: a análise urbana é condição e para ele o espaço assim tratado garante integridade e identidade do construído e adequação deste ao lugar onde se assenta.
Title: Arquitetura do lugar
Description:
Este livro, voltado aos que projetam, dirigem e gerenciam a cidade, aos estudantes e profissionais arquitetos e urbanistas, visa contribuir para a reflexão sobre a problemática do clima e meio ambiente e, especificamente, para o estudo das formas que os espaços abertos construídos apresentam.
Com uma ampla base teórica e por meio de exemplos e considerações analíticas sobre o espaço que abriga Brasília e o plano piloto, busca-se contribuir para o início de um programa de reabilitação sustentável do espaço urbano, em especial dos espaços abertos, aqui definidos como aqueles espaços, que, sendo públicos, exteriores e urbanos, condicionam os espaços construídos, que às vezes lhes conferem suas formas, seus relevos e suas características.
A reabilitação requer propostas e recomendações baseadas e respaldadas pelo conhecimento dos elementos e princípios gerais que propiciam ou restringem a sustentabilidade do ambiente construído; toda proposta, porém, deve ser situada e local, na medida em que está atenta aos traços próprios de cada lugar, procurando elementos de coerência com a paisagem circundante.
Assim como uma proposta requer regras e critérios básicos do urbanismo, ela exige, também, um conhecimento da diversidade dos lugares e uma redescoberta e valorização dos melhores componentes neles encontrados, sejam eles paisagísticos ou edificatórios.
O conceito de reabilitação está ligado tanto à ideia de recuperação de vitalidade anterior quanto à ideia de acréscimo de atividades relacionadas à geração de ganhos econômicos, à recuperação de áreas degradadas, ao resgate de elementos prejudicados e à melhoria da qualidade dos espaços.
É por isso que propostas urbanísticas na área de sustentabilidade ambiental exigem, por um lado, novo ou renovado interesse pelo espaço coletivo de convívio, usufruto de espaços abertos e, por outro, o desenvolvimento e a utilização de metodologias de avaliação do espaço e o conhecimento cabal de tecnologias passivas ou eco compatíveis.
O principal objetivo deste estudo é apresentar os elementos a serem levados em consideração para fazer urna adequada intervenção arquitetônica e urbanística, com base na análise de desempenho ambiental do espaço aberto, tendo em vista uma perspectiva sistêmica e inter-relacionai dos elementos que contribuem para essa análise.
A premissa fundamental do trabalho realizado, a ser apresentado nos capítulos que compõem esta obra, é que o sítio, a paisagem e as formas naturais do terreno constituem as bases de projeto.
A conservação dos rasgos naturais da paisagem permite a existência de senso do lugar e preserva a sensibilidade para o contexto; é assim que a escala percebida se torna mais contínua e complexa.
Um alto grau de sensibilidade ecológica permite a criação de zona de transição entre o ambiente natural e o artificial, a fim de manter o máximo da diversidade, aproveitando, para tanto, as condições específicas de cada lugar.
Nessa linha de raciocínio, a paisagem não significa um elemento submisso a ser dominado e controlado ou, alternativamente, desumanamente poderoso; seu significado é o de uma manifestação cósmica capaz de oferecer abrigo à vida cotidiana, sinalizando, ao mesmo tempo, a sua transcendência.
O livro está dividido em três partes: identidade urbana, sustentabilidade e seus efeitos urbanos, a avaliação escalar do espaço público aberto.
A primeira parte consta de dois capítulos.
No primeiro, "o conceito de lugar e a cidade antiga”, introduzimos questões subjetivas, não mensuráveis da paisagem e do lugar nos espaços abertos, que são responsáveis, em grande medida, pela identidade do lugar.
Salientamos o que é adequado e próprio desses espaços por meio de exemplos tomados da antiguidade, que teve cidades exemplares quanto a sua constituição identitária, rica e perdurável.
No segundo capítulo da parte I, "Lugar e forma: o Genius Loci de Brasília”, tecemos considerações acerca da constituição formal do lugar escolhido para o sítio da capital do país, sua visualização e complementaridade com os elementos do entorno.
Também de uma perspectiva histórica, a saber, da constituição de Brasília, destacamos, no segundo capítulo, a importância da acomodação do projeto às formas do sítio, com base em uma leitura acertada deste, para aproveitar com segurança as estratégias de composição urbana e o clima.
Na segunda parte, são discutidos, nos quatro capítulos que a compõem, aspectos que devem fazer parte de estratégias de composição e reabilitação sustentáveis da cidade.
O estudo de Brasília nos proporciona os dados considerados exemplares para ilustração e aplicação dos métodos analíticos e avaliativos utilizados para o desenvolvimento das estratégias.
Assim, no capítulo 3, "Integridade dos espaços públicos abertos.
Os aspectos normativos”, apresentamos os aspectos normativos e de acessibilidade restrita que deram origem a mudanças do espaço projetado do plano piloto de Brasília, mostrando como as mudanças comprometem a sustentabilidade social e a integridade do ambiente construído, no capítulo 4, "clima e ambiente”, analisamos o clima do sítio e sua importância para a criação do ambiente na capital; Essa análise nos permite elaborar recomendações acerca da orientação solar das edificações do plano piloto de Brasília, e verificar seus efeitos no conforto térmico dos habitantes.
Salientamos, em especial, a relação entre o clima e o conforto nos amplos espaços abertos, que devem ser capazes de oferecer conforto nas épocas seca e chuvosa de Brasília.
No capítulo 5, "Microclimas urbanos e as variáveis relacionadas ao uso do solo”, o exemplo de Brasília nos permite verificar as relações de dependência entre os microclimas urbanos e as variáveis relativas à apropriação do solo.
A análise do microclima precisa de dados relativos às diferentes cargas térmicas advindas da radiação solar, assim como do papel do espaço verde, cuja presença ou ausência mostra-se vital para outorgar conforto térmico aos brasilienses.
O capítulo 6, "Conformação urbana e conforto”, que encerra a parte II deste estudo, destaca os efeitos da configuração espacial da cidade no conforto.
Neste capítulo, no qual estudamos fenômenos próprios da urbe, verificamos o fenômeno da ilha de calor e a relevância do balanço energético para o conforto ambiental, em especial na morfologia criada pelos cânions urbanos, nos quais a temperatura e a circulação do ar nas superfícies adquirem características especiais.
Ainda na temática dos cânions urbanos, descrevemos a relação existente entre a geometria urbana, a altura dos edifícios e a largura da via ou espaço, que conformam a caixa ou cavidade urbana (W/H), conformando o chamando Fator de Visão de céu, nas condições climáticas especiais criadas no interior das áreas urbanas construídas.
O capítulo é importante para o entendimento do aumento da capacidade do recinto urbano para reter calor e a persistência do efeito de sobreaquecimento, e para elaborar as escalas e parâmetros a serem observados nos gabaritos das edificações.
A parte III, que consta de dois capítulos, é uma tentativa de oferecer uma metodologia de análise do urbano que leve em conta a complexidade do ambiente construído, descrita nos capítulos anteriores.
Com esse objetivo em mente, apresentamos, nesta parte, uma abordagem para avaliação dos espaços públicos, exteriores e urbanos em seus aspectos sensoriais, por um lado, e seus elementos objetivos, mensuráveis, por outro.
No capítulo 7, "Condições de uso e vivência nos espaços públicos abertos”, apresentamos escalas de percepção do ambiente construído, testadas no estudo de caso de Brasília.
No capítulo 8, "Uma proposta interativa para qualificar o espaço”, apresentamos uma abordagem analítica do espaço que abrange desde a macroescala das grandes estruturas, passa pela escala intermediária do setor, e chega até as escalas específicas do lugar e do edifício.
Uma ampla base teórica fundamenta as escalas propostas.
A modo de conclusão, discutimos perspectivas acerca do desenvolvimento futuro para alcançar a sustentabilidade, reafirmando algumas das conclusões alcançadas no estudo de Brasília, entre as quais a certeza de que é com base nos exames do desempenho de estruturas urbanas e suas energias naturais, assim como da relação entre os atributos do espaço urbano nas suas diferentes escalas, que se deve pensar o projeto: a análise urbana é condição e para ele o espaço assim tratado garante integridade e identidade do construído e adequação deste ao lugar onde se assenta.

Related Results

Cenário Literário: Antiga Residência Habitada por Coraline
Cenário Literário: Antiga Residência Habitada por Coraline
A arquitetura cenográfica é uma disciplina que envolve a criação de cenários e ambientes arquitetônicos para teatro, cinema e outras formas de produção artística. Nesse contexto, o...
Estrutura independente e parede portante: origem e evolução da proposição de Lucio Costa
Estrutura independente e parede portante: origem e evolução da proposição de Lucio Costa
A assimilação do esqueleto estrutural em concreto armado ou aço é um dos problemas que os arquitetos enfrentam no ultimo terço do século XIX. Modo de construção característico da i...
Arquitetura Moderna antigamente
Arquitetura Moderna antigamente
Os textos aqui reunidos – ensaios, conferências e entrevistas – do final dos anos 80 e início dos anos 90, resumem a posição de acerto de contas de Autora com a surpreendente e mai...
FENOMENOLOGIA, ARQUITETURA E COMPLEXIDADE
FENOMENOLOGIA, ARQUITETURA E COMPLEXIDADE
Na abordagem fenomenológica, observa-se uma reflexão sobre o propósito do arquiteto ao desenvolver a composição da forma arquitetônica no desenho do projeto de arquitetura, conside...
A arquitetura e Schopenhauer. O problema da fruição e o lugar da arquitetura na teoria estética schopenhaueriana
A arquitetura e Schopenhauer. O problema da fruição e o lugar da arquitetura na teoria estética schopenhaueriana
No presente artigo, esboço uma problematização acerca do pensamento estético de Schopenhauer, particularmente no que diz respeito à sua análise sobre a arquitetura e a fruição do o...
trabalho do grupo de pesquisa arquitetura e lugar
trabalho do grupo de pesquisa arquitetura e lugar
O artigo possui como objeto de estudo o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo grupo de pesquisa arquitetura e lugar/ GRUPAL, vinculado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Uni...
Arquiteturas Deslocadas
Arquiteturas Deslocadas
Em 2019, Jacques Rancière apresentou “Architectures Deplacées”, na Société Française des Architectes, em Paris. Nosso trabalho consiste na tradução da referida palestra e no artigo...
Ler a arquitetura das classes desprivilegiadas
Ler a arquitetura das classes desprivilegiadas
Ao procurar ”ler” a arquitetura das classes desprivilegiadas o texto procura dar um outro olhar para a arquitetura global que não consta nem é discutida nos livros de história, sen...

Back to Top