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A cidade em atos de memória

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Esta tese parte de um tema sustentado na construção de uma vida inteira. Duas categorias principais: 1 - a observação contínua da cidade e a busca de sua compreensão à medida que, ao longo da vida do pesquisador, se amplia o mapa territorial e seu conceito de cidade; 2 – o olhar especial voltado para as pessoas de longa idade que se potencializa com o encontro do pesquisador com autores de sustentação de bases teóricas, poetas e até mesmo, autores ficcionais. A partir daí, vai se desenhando uma pesquisa fundada na soma dos dois temas elencados acima que objetivava construir respostas para as seguintes perguntas entrelaçadas da pesquisa: Como o vivido e as práticas cotidianas de diferentes “fisionomistas” / “praticantes ordinários” da cidade se inserem e se relacionam com a cidade e sua memória? Como a cidade comparece nas narrativas e de que modo tais narrativas ganham forças para educar a própria cidade? Para a construção de respostas não houve apenas um único procedimento metodológico. Há, dentro da tese, produção de empiria baseada em entrevistas livres realizadas com quatro das vozes narradoras participantes do texto, a saber: Geralda Caetano da Silva, Mounira Haddad Rahme, Leila Maria Fonseca Barbosa e Thereza de Azevedo Leite e dois outros processos distintos. A escuta interpretativa da voz de Cora Coralina por meio de seus escritos comparece aqui como uma quinta voz, provocadora, assim como fora a poeta goiana que escreveu uma vida inteira e teve seu primeiro livro publicado somente aos 75 anos de idade, no momento crepuscular de sua vida. Para Jorge Couri - a sexta voz narradora e a única masculina - o processo empregado foi a análise de entrevistas anteriormente realizadas combinada à leitura da narrativa imagética construída com as milhares de fotografias que produziu em quase meio século de trabalho como fotojornalista na cidade de Juiz de Fora. Exceto Cora Coralina, os outros cinco narradores passaram pelo menos mais de noventa por cento de suas vidas na cidade de Juiz de Fora e, para eles, a cidade narrada e a cidade que educa é essa. A pesquisa se sustenta, teoricamente em um rol de autores do campo da Memória e da teoria da História, com destaque para Walter Benjamin e Ecléa Bosi que, mais do que referentes teóricos, são fontes de inspiração para toda a construção do trabalho em sua forma e conteúdo. O processo de pesquisa, desde o início, entendeu respondida uma primeira pergunta central e subterrânea: as narrativas educam? Sim, as narrativas educam! Porém, optou-se em voltar a esse questionamento para reforçar o que parece claro a quem envereda pela reflexão em torno da Memória Social. E responde a pergunta elegida como orientadora desta pesquisa, confirmando, por procedimentos acadêmicos, que as narrativas de pessoas longevas e, por extensão, as narrativas de todos os seres viventes têm força educativa para a compreensão da cidade como espaço de variadas convivências e vivências simultâneas em territórios distintos, considerando que também fica confirmado que a cidade não é una e sim múltipla, plural e polifônica. Possui várias peles e camadas e abriga muitas temporalidades e, no caso específico de Juiz de Fora, os viveres diferenciados de quase seiscentas mil pessoas.
Universidade Federal de Juiz de Fora
Title: A cidade em atos de memória
Description:
Esta tese parte de um tema sustentado na construção de uma vida inteira.
Duas categorias principais: 1 - a observação contínua da cidade e a busca de sua compreensão à medida que, ao longo da vida do pesquisador, se amplia o mapa territorial e seu conceito de cidade; 2 – o olhar especial voltado para as pessoas de longa idade que se potencializa com o encontro do pesquisador com autores de sustentação de bases teóricas, poetas e até mesmo, autores ficcionais.
A partir daí, vai se desenhando uma pesquisa fundada na soma dos dois temas elencados acima que objetivava construir respostas para as seguintes perguntas entrelaçadas da pesquisa: Como o vivido e as práticas cotidianas de diferentes “fisionomistas” / “praticantes ordinários” da cidade se inserem e se relacionam com a cidade e sua memória? Como a cidade comparece nas narrativas e de que modo tais narrativas ganham forças para educar a própria cidade? Para a construção de respostas não houve apenas um único procedimento metodológico.
Há, dentro da tese, produção de empiria baseada em entrevistas livres realizadas com quatro das vozes narradoras participantes do texto, a saber: Geralda Caetano da Silva, Mounira Haddad Rahme, Leila Maria Fonseca Barbosa e Thereza de Azevedo Leite e dois outros processos distintos.
A escuta interpretativa da voz de Cora Coralina por meio de seus escritos comparece aqui como uma quinta voz, provocadora, assim como fora a poeta goiana que escreveu uma vida inteira e teve seu primeiro livro publicado somente aos 75 anos de idade, no momento crepuscular de sua vida.
Para Jorge Couri - a sexta voz narradora e a única masculina - o processo empregado foi a análise de entrevistas anteriormente realizadas combinada à leitura da narrativa imagética construída com as milhares de fotografias que produziu em quase meio século de trabalho como fotojornalista na cidade de Juiz de Fora.
Exceto Cora Coralina, os outros cinco narradores passaram pelo menos mais de noventa por cento de suas vidas na cidade de Juiz de Fora e, para eles, a cidade narrada e a cidade que educa é essa.
A pesquisa se sustenta, teoricamente em um rol de autores do campo da Memória e da teoria da História, com destaque para Walter Benjamin e Ecléa Bosi que, mais do que referentes teóricos, são fontes de inspiração para toda a construção do trabalho em sua forma e conteúdo.
O processo de pesquisa, desde o início, entendeu respondida uma primeira pergunta central e subterrânea: as narrativas educam? Sim, as narrativas educam! Porém, optou-se em voltar a esse questionamento para reforçar o que parece claro a quem envereda pela reflexão em torno da Memória Social.
E responde a pergunta elegida como orientadora desta pesquisa, confirmando, por procedimentos acadêmicos, que as narrativas de pessoas longevas e, por extensão, as narrativas de todos os seres viventes têm força educativa para a compreensão da cidade como espaço de variadas convivências e vivências simultâneas em territórios distintos, considerando que também fica confirmado que a cidade não é una e sim múltipla, plural e polifônica.
Possui várias peles e camadas e abriga muitas temporalidades e, no caso específico de Juiz de Fora, os viveres diferenciados de quase seiscentas mil pessoas.

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