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Meu barro é de Lagoinha: Trajetórias de vida e experiências cotidianas das mulheres quilombolas.

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Essa monografia é uma etnografia realizada na Comunidade Quilombola de Lagoinha, localizada na área rural do município de Serra Branca, no estado da Paraíba. Visando analisar no emaranhado do tecido social das mulheres daquela comunidade através de suas histórias de vidas, onde aparecem visíveis heranças do seu passado, os embates e desafios da vida no meio rural e a força/empoderamento de mulheres que ressignificam suas práticas cotidianas e políticas. As concepções atuais acerca da história das mulheres e da liderança feminina nos segmentos populares e negros colaboraram para a análise das especificidades das relações vivenciadas pelas mulheres de Lagoinha. Através das fontes orais discutimos as relações de trabalho em Lagoinha, entremeadas às questões de gênero, observando as estratégias de sobrevivência, demarcação de espaços e lideranças. As mulheres de Lagoinha assumem parte do sustento do lar, fabricaram louças de barro por mais de décadas, trabalharam na colheita do feijão, agaroba, milho, algodão. Através da memória das principais lideranças femininas (louceiras, líderes, guardiãs das memórias) buscou-se a compreensão desses anseios e os modos que se estabelecerem nas relações de parentesco. Com este viés, pretendeu-se examinar as estratégias de sobrevivência e as práticas cotidianas dessas mulheres quilombolas de Lagoinha. Utilizo como orientação teórico-metodológica a História Oral para recuperar e registrar os depoimentos de oito mulheres negras quilombolas de Lagoinha. Na História Oral opto por entrevistas de história de vida realizadas de forma a revelar a relação entre a história social e trajetória individual de cada depoente e assim entender como construíram suas identidades a partir de referências de gênero, raça/etnia, sexualidade, religião, entre outros, tendo por cenário os acontecimentos da sociedade brasileira. Portanto, no trabalho, Meu barro é de Lagoinha: trajetórias de vida e experiência cotidianas de mulheres quilombolas. Ao longo da pesquisa dialogamos com algumas autoras negras, dentre elas Angela Davis, bell hooks, Djamila Ribeiro, Carla Akotiene, Joice Berth, Jarid Arraes e Lélia Gonzalez. De bell hooks, e Lélia, regatando a importância da autobiografia, o tomar as experiências vividas com os processos de opressão para investigar as próprias opressões, ou seja, aprender a identificar, nas experiências cotidianas, os ensinamentos de práticas de resistência desenvolvidas para enfrentar o racismo, o sexismo, relações patriarcais, e o heterossexismo, aprendemos a transformar as experiências em lentes para olhar e interpretar o mundo os processos de empoderamento e liderança de mulheres negras, e de Carla Akotirene discutimos sobre a interseccionalidade, através da mesma as mulheres da comunidade foram transformando em instrumentos para a construção de uma organização própria, espaço de protagonismo e exercício de experiências exitosas no desafio aos poderes constituídos. O discurso feminista é recriado a partir de demandas específicas: entender o lugar de fala e escuta das mulheres negras quilombolas de Lagoinha.
Universidade Federal de Campina Grande - CDSA
Title: Meu barro é de Lagoinha: Trajetórias de vida e experiências cotidianas das mulheres quilombolas.
Description:
Essa monografia é uma etnografia realizada na Comunidade Quilombola de Lagoinha, localizada na área rural do município de Serra Branca, no estado da Paraíba.
Visando analisar no emaranhado do tecido social das mulheres daquela comunidade através de suas histórias de vidas, onde aparecem visíveis heranças do seu passado, os embates e desafios da vida no meio rural e a força/empoderamento de mulheres que ressignificam suas práticas cotidianas e políticas.
As concepções atuais acerca da história das mulheres e da liderança feminina nos segmentos populares e negros colaboraram para a análise das especificidades das relações vivenciadas pelas mulheres de Lagoinha.
Através das fontes orais discutimos as relações de trabalho em Lagoinha, entremeadas às questões de gênero, observando as estratégias de sobrevivência, demarcação de espaços e lideranças.
As mulheres de Lagoinha assumem parte do sustento do lar, fabricaram louças de barro por mais de décadas, trabalharam na colheita do feijão, agaroba, milho, algodão.
Através da memória das principais lideranças femininas (louceiras, líderes, guardiãs das memórias) buscou-se a compreensão desses anseios e os modos que se estabelecerem nas relações de parentesco.
Com este viés, pretendeu-se examinar as estratégias de sobrevivência e as práticas cotidianas dessas mulheres quilombolas de Lagoinha.
Utilizo como orientação teórico-metodológica a História Oral para recuperar e registrar os depoimentos de oito mulheres negras quilombolas de Lagoinha.
Na História Oral opto por entrevistas de história de vida realizadas de forma a revelar a relação entre a história social e trajetória individual de cada depoente e assim entender como construíram suas identidades a partir de referências de gênero, raça/etnia, sexualidade, religião, entre outros, tendo por cenário os acontecimentos da sociedade brasileira.
Portanto, no trabalho, Meu barro é de Lagoinha: trajetórias de vida e experiência cotidianas de mulheres quilombolas.
Ao longo da pesquisa dialogamos com algumas autoras negras, dentre elas Angela Davis, bell hooks, Djamila Ribeiro, Carla Akotiene, Joice Berth, Jarid Arraes e Lélia Gonzalez.
De bell hooks, e Lélia, regatando a importância da autobiografia, o tomar as experiências vividas com os processos de opressão para investigar as próprias opressões, ou seja, aprender a identificar, nas experiências cotidianas, os ensinamentos de práticas de resistência desenvolvidas para enfrentar o racismo, o sexismo, relações patriarcais, e o heterossexismo, aprendemos a transformar as experiências em lentes para olhar e interpretar o mundo os processos de empoderamento e liderança de mulheres negras, e de Carla Akotirene discutimos sobre a interseccionalidade, através da mesma as mulheres da comunidade foram transformando em instrumentos para a construção de uma organização própria, espaço de protagonismo e exercício de experiências exitosas no desafio aos poderes constituídos.
O discurso feminista é recriado a partir de demandas específicas: entender o lugar de fala e escuta das mulheres negras quilombolas de Lagoinha.

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